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O Corpo Sensível

Toda vez que me proponho a pensar sobre o sensível ele se afasta de mim. É incrível como ele, tão perto, pode ficar tão longe. Talvez porque ele não seja da ordem do pensamento.

O sensível se sente!


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Todos nós, a princípio, temos um sensível em nós. Nascemos sensíveis. Vamos deixando de ser ao longo do tempo, ou não.


Mas onde estará esse sensível em nós? Onde restará um sensível em mim?


O sensível pode ser percebido como aquela dimensão mais sútil que trazemos ao mundo. Inicialmente o sensível está em tudo em nós. O corpo sensível de uma criança responde ao toque gentil em sua pele. Se muito sensível nos ferimos, se nada sensíveis ferimos os outros. O sensível se dá em uma dimensão corporal, entendendo essa dimensão como algo muito além de nosso corpo físico.


Só aí nos encontramos com nosso mundo imaginário. Nosso corpo, algo mais do que aquilo que percebemos quando nos vemos em um espelho. Sim! Isso é assim.


Para compreendermos a dimensão de nosso corpo sensível é preciso que possamos adentrar a concepção humana em sua vertente de sujeito.


Como sujeitos somos muito mais do que um corpo, corpo-máquina, organismo. Ainda que possamos também o ser. Contudo, na condição de humanos, nos fazemos sujeito e como tal temos outros espaços. Entendido em suas complexidades ampliadas, nosso corpo pode também encontrar seu espaço energético, pulsional. É dessa que falamos ao pensarmos um corpo sensível.


Nesse lugar, estamos em contato com algo sutil, que nos move e direciona. Nossos afetos. Não os afetos em suas dimensões materialistas, biologizantes, também presentes nos afetos, mas os afetos que nos movem antes mesmo de sabermos o seus porquês.


Aqui vale o resto, o que sobrou quando não se pode mais dissecar esse corpo, suas entranhas e suas lógicas. O sutil. A carne. O não dito. Não compreendido. A experiência. O desejo. O pulsional. Algo do qual nem sempre temos consciência. O psíquico!


É interessante pensar que o sensível mescla, em si, esses dois aspectos: físico e psíquico. O orgânico e o energético. Uma unidade funcional.


Tornar consciente essa extensão é ultrapassar as medidas da consciência corporal organicista. Ser consciente aqui vai muito além de um processo perceptivo clássico.


Sabemos hoje que as mesmas zonas cerebrais responsáveis pelos processos de raciocínio são responsáveis pela percepção das emoções. (Vieira, Guilherme – p.66). Somos seres complexos. Não há mais dúvidas!


O bom disso é que adentrar essa complexidade é algo possível. Ainda que talvez não em sua totalidade. Pesquisar nosso corpo em suas múltiplas realidades e possibilidades é o que se propõe práticas como a consciência pelo movimento, entre outras.

 

Criar possibilidades para a experiência de si, com o outro, com o ambiente. Experimentar-se em rede, em complexos circuitos, simples em si, desde que estejamos disponíveis. Vem!

 

Como citar esse artigo:

MENDES, Marisa F.. O corpo sensível. Rio de Janeiro, 15 mai 2017. Disponível em: https://www.marisa-mendes.com/single-post/corpo-sensivel .Acesso em (...).



Para saber mais:

ALLEGRO, Vieira Luís Guilherme. A reabilitação dos afetos: uma incursão no pensamento complexo de Edgar Morin. 2006 162f. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em <https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/3815/1/Luis%20Guilherme%20Vieira%20Allegro.pdf>. Acesso em: 30/04/2017.

COELHO FILHO, Carlos Alberto de Andrade e ANDRADE, Regina Glória Nunes. Atividade física e corpo sensível. Motriz, Rio Claro, v.10, n.2, p.97-109, mai./ago. 2004. Disponível em <http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/10n2/12AACa.pdf>. Acesso em 20/04/2017.

IMBASSAÍ, Maria Helena. Sensibilidade no Cotidiano: Conscientização Corporal. Rio de Janeiro: UAPÊ, 2006.


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